"I like baking and things that smell like winter,
But I'm not gonna talk about that,
In my monologue"
(Monologue Song)
(Monologue Song)
Sabia que amaria. Quando vi os olhos, e eles me mostraram a alma, já amava. Passaria a amar a franja
deixada de lado, os óculos - moldura para os olhos – janela e o riso torto
nunca lhe pareceu tão certo. Por vezes
frouxo e sonoro, ecoaria dentro de mim, outrora vazia. Amaria o busto que
conserva o coração enorme. A barriga que se tornaria tela branca para meus
dedos. Os braços que formam, no abraço, meu maior abrigo. As mãos – luvas de
seda, que me tocariam por dentro. As pernas – pontes que caminhariam em minha
direção. Os pés – fundamentos que nos dariam apoio. Amaria o suor que correria
por esse corpo, virando mar e, numa onda, me banharia. Deixando apenas aquele
sentimento de estar bem; de quem toma banho de chuva de verão. Amaria o sangue
que, mesmo tão nobre, é dado sem medida por aqueles que ama. Sim! Sabia que
amaria. Só que não sabia que este sangue seria misturado ao seu, que este suor
seria o seu, que este corpo seria o seu, que a alma seria a sua. Não sabia que
deixaria de lado todas as “facetas” para ter uma nova face. Pedaços podem
formar um amontoado, mas nunca um todo. Foi quando descobriu que, na verdade,
não sabia de nada. Poderia ter tirado essa conclusão antes, mas o mestre não
falou tão alto quanto o seu encanto. Agora percebe que não soube, nem poderá
saber. Apenas sente. E sentindo vai.
Enquanto Tiver Ar.