4° ATO
O calendário teima em dizer que é um novo dia, mas, para mim, todos são iguais. A platéia é o que sempre muda. Ou não... Há muito não reparo. É mais confortável assim. Quantos rostos diferentes podem existir? Bêbados, prostitutas, pseudos bons maridos e estudantes com cérebros mortos. Dizendo mentiras que me inclino a acreditar e verdades que jamais seriam ditas fora daqui. Belas vozes, palavrões escrotos, maldizeres e falsos elogios. Ouço tudo, até começar a tocar. Tiro o instrumento da caixa e o mundo começa a se distanciar. Coloco a boca. E, deste beijo, surge à música.
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